segunda-feira, 15 de junho de 2009

Travesseiros e edredons


Hoje eu estou revoltada, pois desde que começou o inverno (que nem é tão intenso aqui em Campo Grande), as pessoas estão surtadas comprando cobertores, roupas de frio, usando casacos que mais parecem infláveis, edredons, travesseiros, mantas, botas, enfim, tudo o que você precisa para sobreviver no Alasca.

Por mim, que comprem o que quiserem, e paguem suas parcelas direitinho depois.
Mas que culpa tenho eu, pobre criatura, que pego o ônibus lotado, para ficar levando afofadas de cobertas durante todo meu trajeto?

Chega a dar um frio na espinha quando vejo aquelas pessoas passando pela roleta com uma sacola enoooorme da Riachuelo, Marisa, Pernanbucanas, Lojão do Povo ou qualquer outra do gênero, vindo em minha direção, me batendo como se eu fosse um joão-bobo, merecedor de ser abafada ou espremida contra alguma barra do ônibus!

Estou revoltada!!!

Não agüênto mais ser afofada ou levar travesseiradas na cabeça, como se estivesse em meio a uma daquelas boas e velhas guerras de travesseiro da minha infância!
Eu só quero ter o direito de abrir meu livro e ler, sem esbarrões amaciados com estampas bizarras.
Quero aproveitar o lugar que batalhei para conseguir, sem sentir as cutucadas dos travesseiros, como se falassem: estou cheeeeia de compras, me dá o seu lugar?

Cansei de ser afofada! Sou magrinha, mas não sou de plumas de ganso.
Comprem seus edredons, mas não afofem as pessoas com eles!!!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

É meu povo, quem não tem história de ônibus para contar, praticamente não viveu!
Essa semana ouvi muitas delas, casos engraçadas, cenas sofridas, corridas para não ser deixada no terminal... Histórias que pouco a pouco serão relatadas aqui.
Casos envolvendo índias e velhinhas, quedas, acidentes, fofocas, calor humano e afins.

Para aqueles que são busólogos como eu, sabem como os odores do ônibus são bem específicos e únicos! Sempre tem alguém com algum cheirinho bem desagradável, aquele perfume de álcool ou usando desodorante Avanço, pendurado e sacolejando em meio aos populares.
Pelo menos quando esses odores já entram assumidos no ônibus, você consegue se desviar, virar o rosto para um lado, colocar a cabeça para fora da janela, dá-se um jeito.
Mas e quando o odor surge? Escapa e toma conta de lugar?

Conta a história de um primo de uma amiga... enfim, as fontes não interessam... que estava naquele típico ônibus lotado pelos populares amassados e preensados uns nos outros, quando um cidadão quis bancar o espertinho, e encostou suas nádegas (fica melhor se você pronunciar "nádigas"), nas nádegas de uma velhinha, e soltou um flato, um gás, um pum, um peido!
Penso que ele acreditou que a velhinha ficaria na dúvida se teria sido ela a liberadora de gases tóxicos na atmosfera do ônibus.
O tiro saiu pela culatra, literalmente, e a velhinha sentiu que tinha sido ele!
Começou aquele auê, e a velhinha começou a xingar:
- Relaxado!!
- Mal educado!!
- Podre!!
(xingamentos mais pesados que eu consigo imaginar)
De qualquer maneira, os xingamentos não fizeram o odor dispersar.

Queridos passageiros, por favor, não soltem pum no ônibus, ainda mais agora, que estamos vivendo dias frios e as pessoas insistem em manter as janelas fechadas!